Este blog é dedicado ao bom rock feito nas décadas de 1960 e 1970 do século XX. Ocasionalmente também podem ser abordadas bandas e eventos de outras décadas.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
A REDESCOBERTA DO LOVE E OS ÚLTIMOS DIAS DE ARHTUR LEE
Lee reapareceu finalmente em 1992, com uma nova leva de gravações intitulada Arthur Lee & Love pela gravadora francesa New Rose. Esse disco inclui “Five String Serenade”, uma canção regravada com grande efeito pela banda Mazzy Star dois anos depois. O disco não foi distribuído nos Estados Unidos.
O retorno de Lee nos anos 1990 proporcionou a ele mais viagens do que no auge do Love. Em 1993 ele fez suas primeiras apresentações em Nova Iorque e na Inglaterra depois de duas décadas. Em 1994, a gravadora Distortions lançou um compacto gravado por Lee contendo “Girl On Fire” e “Midnight Sun”. E uma performance com uma seção de cordas no The Garage, de Londres, mostrou que Lee não perdeu nem um pouco da sua magia ao apresentar o material clássico do Love.
Em junho de 1994, ele apareceu no Royal Albert Hall, em Londres, na Inglaterra, na celebração do décimo aniversário da gravadora Creation. No mês seguinte, ele já estava trabalhando com uma nova banda: “O nome da banda era Baby Lemonade, mas, quando estavam comigo, eles mudavam o nome da banda para Love”. Lee também se apresentou com ex-membros do Das Damen, sempre sob o nome Arthur Lee & Love. Em maio de 1995, ele foi agraciado com um Prêmio Lifetime Achievement, dado pela Berkeley Popular Culture Society, uma unidade associada com a Universidade da Califórnia, em Berkeley.
Estava tudo indo muito bem com Arthur Lee até ocorrer uma reviravolta em sua vida. Essa reviravolta obrigou Lee a interromper bruscamente a sua carreira. Há muitas versões dessa história, mas o fato é que Lee foi condenado, em 1996, a oito anos de prisão por porte ilegal de arma de fogo. Embora ninguém tenha sido machucado e nenhuma propriedade tenha sido destruída no incidente que levou à sua condenação, a lei da Califórnia (que prevê reclusão para reincidentes) garantiu-lhe uma sentença de prisão, pois, na ficha criminal de Lee havia “duas incidências de assalto e posse de drogas” ocorridas nos anos 1980.
Enquanto esteve preso, Arthur Lee recusou várias propostas de entrevistas feitas por jornalistas e pesquisadores. A única visita que Lee recebeu na prisão foi a de seu advogado, que estava preparando um recurso para aliviar a sua pena. O recurso foi aceito e Lee foi libertado em dezembro de 2001. Tempos depois, ele se revoltaria contra o seu advogado: “Foi uma conspiração total; ele se mostrou ser um advogado incompetente e ele deveria ter morrido no pinto do seu próprio pai. Eu supostamente teria disparado a arma no ar. Quando eles fizeram o teste para captar os resíduos de pólvora, o resultado foi negativo. Não havia nada lá. Mas esse cara se recusou a cooperar. E eu coloquei a minha vida nas mãos desse filho da puta. Eu não cooperei. Eu não aleguei culpa e tudo isso. Eu servi meu tempo e servi bem. Eles fizeram da minha vida uma cela (risadas, citação da letra de 'Live And Let Live'). Todas as vezes que eu penso nas canções que eu compus, como as de Forever Changes, elas realmente me perseguem". A partir de 2002, Lee passou a fazer shows em vários cantos do mundo acompanhado de uma nova encarnação do Love.
Em 2003, foi lançado um item obrigatório para qualquer admirador do Love: o CD duplo Forever Changes Concerts, que inclui um vídeo de “Alone Again Or”. Trata-se da recriação ao vivo da obra-prima lançada em 1967. Esse lançamento ajudou a perpetuar o nome do Love como uma das maiores bandas psicodélicas da história do rock. Infelizmente, Arthur Lee não viveu muito tempo depois do lançamento desse CD. Ele sofria de leucemia e, em 3 de agosto de 2006, sua morte veio colocar um ponto final em mais de quarenta anos de história do Love, uma banda que tem o seu lugar garantido no Olimpo do Rock.
Sempre um espírito incansavelmente criativo, Lee continuou perseguindo a máxima expressão de sua arte até o fim. “Conforme eu olho para trás”, disse ele certa vez, “a melhor coisa que eu já fiz [em qualquer tempo] está no ponto final. Talvez eu esteja errado, mas eu ainda produzirei o álbum que eu quero”. Ele produziu. A sua obra é o seu legado. Arthur Lee, todos os fãs de rock psicodélico ao redor do mundo agradecem por sua existência. Que vida!
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