quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

VINDICATOR (1972): O PRIMEIRO ÁLBUM SOLO DE ARTHUR LEE E OS ÚLTIMOS SUSPIROS DO LOVE



Em 1972, dois anos depois do lançamento de False Start, Lee gravou o seu primeiro disco solo, Vindicator, para a gravadora A&M, com uma banda de apoio chamada Band Aid (Jimi Hendrix cunhou este título a uma reunião musical de vida breve que juntava ele, Lee e Steve Winwood). O disco levou adiante as inclinações hard rock de Arthur Lee. “Eu ouvi Jimi Hendrix e Sly Stone dizendo que queriam vindicar seus passados”, diz Lee. “[Meu álbum] era para vindicar a música e todo aquele negócio. Todos os músicos com os quais eu trabalhei [nas últimas formações do Love] não se importavam muito com o trabalho de guitarra nos álbuns. Mas eu sempre achei que se eu aproveitasse o meu tempo trabalhando na guitarra, eu melhoraria como músico. Mas eu não gosto muito de prolongar certas coisas, de ficar parado. Gosto de trabalhar com músicos diferentes tocando diferentes tipos de música”.

A faixa de destaque do álbum Vindicator é “Everybody’s Gotta Live”, considerada a “Instant Karma” de Lee. Ele declama a letra de forma simples e com convicção em um estilo emocionante que nem sempre pode ser detectado nas gravações do Love. Esta é uma das canções que sempre estiveram presentes nas apresentações ao vivo de Lee, e ele costumava emendar fragmentos de canções de outros compositores (como Bob Marley) para realçar o poder e o sentimento sincero da canção.

Lee fez um segundo disco solo, Black Beauty, em 1973, pela gravadora Buffalo, de propriedade de Paul Rothchild. Entretanto, a gravadora faliu antes que o álbum completo pudesse ter sido lançado. Então, Lee optou por ressuscitar o Love com uma nova formação para gravar o álbum Reel To Real, lançado pela RSO Records, em dezembro de 1974. Desta vez, o Love era Arthur Lee (vocal), Melvan Whittington (guitarra), John Sterlin (guitarra), Sherwood Akuna (baixo) e Joey Blocker (bateria). O LP, essencialmente de soul music, foi um fracasso comercial, apesar de conter uma excelente regravação de “Everybody’s Gotta Live”. Pelo que parecia, a gravadora preferiu concentrar suas forças em promover outra volta (Eric Clapton) e em desenvolver a carreira de outro grupo (Bee Gees). Parecia também que o príncipe do pop psicodélico orquestrado estava encontrando dificuldades em sobreviver em uma era onde predominava o rock pesado e outros estilos que fugiam de suas influências.

Em 1976, Lee ainda estava em forma, mas preferiu abandonar o meio musical e passou a trabalhar como pintor de residências na parte centro-sul de Los Angeles. Em 1978, a formação original do Love se reuniu brevemente, mas Arthur Lee não se adaptou às mudanças que o tempo operou. Como relatou Bryan Maclean: “Ele é uma daquelas pessoas que gostariam de retornar aos tempos quando tudo era uma doce novidade”. Sobre seu ex-companheiro de banda, Lee comentaria mais tarde: “Bryan, não... bem, sim, a banda funcionou com Bryan, eu não vou dizer que não funcionou com Bryan... (pausa) Mas era como se ele tivesse que tomar uma decisão com a sua própria vida, cara, era da sua livre vontade fazer o que ele quisesse com a própria vida. Ele era um bom compositor, do jeito que eu entendo a música – Eu gosto de seu estilo de composição e eu gostava dele como pessoa. Mas havia coisas que ele deveria ter feito por conta própria. As pessoas tem que encarar as suas viagens pessoais, suas mudanças, e descobrirem o que elas realmente querem fazer da própria vida. E ele escolheu - pelo que eu entendo - que ele não queria mais trabalhar comigo. Mas se ele quiser mudar de ideia, bem, nunca se sabe. E eu realmente não preciso de Bryan para pagar as minhas contas”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário